Proposta que amplia isenção tributária a igrejas pode prosseguir na Câmara
Uma medida que amplia a isenção tributária de entidades religiosas está na taxa da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 29. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 5/2023 deve ser discutida em percentagem privativo durante a manhã e, se obtiver um parecer favorável, seguirá para votação no plenário da Moradia.
A PEC é de autoria de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), pastor licenciado e ex-prefeito do Rio de Janeiro, e já tem mais de 330 signatários, superando com sobras os 304 votos necessários para que seja aprovada e siga para avaliação do Senado Federalista.
Mercê em tributações indiretas
A Constituição já prevê isenção ao patrimônio, à renda e aos serviços “relacionados às finalidades essenciais” de templos religiosos. A proposta de Crivella estende o favor à obtenção de bens e serviços “necessários à formação” de patrimônio, renda e serviços dos templos. Ou seja: a isenção, hoje garantida nas tributações diretas, passaria a valer também para as tributações indiretas, uma vez que tributos na conta de luz de templos.
A PEC, originalmente, previa que os benefícios fossem estendidos a partidos políticos, entidades sindicais e instituições de instrução e assistência fiscal sem fins lucrativos. Em convenção com o base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, está previsto que a isenção seja estendida somente às igrejas. É o que sinaliza o deputado Fernando Sumo (União Brasil-RO), relator do tema na percentagem privativo.
A proposta havia sido analisada pela Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ) em setembro de 2023, sob relatoria de Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), ex-ministra do Turismo.
Crise entre governo e evangélicos
A PEC que estende benefícios fiscais das igrejas é avalizada pelo governo Lula semanas depois um ato administrativo da gestão do petista que desagradou fortemente a base de evangélicos no Congresso. Em janeiro deste ano, a Receita Federalista revogou uma isenção fiscal às chamadas “prebendas”, complementos de renda de pastores evangélicos que, por vigência de um ato baixado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estavam isentos de contribuições previdenciárias.
A medida partiu de Robinson Barreirinhas, secretário privativo da Receita, órgão subordinado ao Ministério da Quinta. A responsabilidade, no entanto, resvalou em todo o governo federalista. “É plangente a visão equivocada do governo diante da valor de um líder religioso”, disse ao Estadão o deputado Eli Borges (PL-TO).
Com um parecer favorável na percentagem privativo, o texto segue para avaliação no plenário da Moradia, onde precisa de 304 votos, a chamada maioria absoluta, para ser aprovada. A medida já acumula 333 apoios, conforme a lista de signatários. Depois o aval da Câmara, a PEC deve ser aprovada no Senado para entrar em vigor, dispensando a sanção presidencial.
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