Banco Médio baixa taxa Selic para 10,5% ao ano

Banco Médio baixa taxa Selic para 10,5% ao ano

Uma disputa entre o risco de perder credibilidade no combate à inflação e o dispêndio à reputação do Copom por não seguir as sinalizações sobre os juros marcou a última reunião do comitê, nos dias 7 e 8 de maio. O Banco Médio divulgou nesta terça-feira (14) a ata da reunião que baixou a taxa Selic, referência para os juros cobrados no país, para 10,5% ao ano.

Foram cinco votos em prol da redução de 0,25 ponto percentual: dos diretores mais antigos e do presidente do Banco Médio, Roberto Campos Neto.

Para eles, houve piora nos cenários avaliados. Portanto, mais importante do que o eventual dispêndio de não seguir a indicação dada na reunião anterior, é o risco de perda de credibilidade no combate à inflação.

Do outro lado, os quatro diretores indicados pelo governo Lula votaram por um galanteio de meio ponto percentual.

Eles questionaram se o cenário econômico foi tão dissemelhante do esperado a ponto de valer o dispêndio de não seguir a indicação sobre os juros. Isso poderia reduzir o poder das comunicações formais do Copom.

O economista e professor da UnB, Cesar Bergo, explica que essa indicação dos próximos passos, que tem nome difícil em inglês, forward guidance, é um mecanismo de transparência sobre as intenções futuras.

“E a ata que foi publicada no dia 26 de março dava a entender que o Banco Médio iria manter um galanteio na mesma magnitude de que vinha sendo. Talvez não garantisse as próximas reuniões. Mas nessa última, tudo indicava, pelo guidance, que o Banco Médio iria adotar uma política de galanteio de 0,5%. Porque isso ajuda a orientar as expectativas do mercado e dos agentes econômicos, influenciando as decisões de gastos e investimentos das empresas e das pessoas”.

Para o professor de Economia da Universidade Federalista de Minas Gerais, Mauro Sayar, os dois pontos de vista são razoáveis.

“É um debate basicamente sobre reputação. Mas nenhum desses grupos deixou de observar que o cenário é mais precatado, exige mais zelo do que em reuniões anteriores. Eu acho que as explicações foram muito dadas e são bastante razoáveis”.

Na ata, o Comitê destacou a influência de uma política fiscal confiável e da sustentabilidade da dívida para tranquilizar as expectativas sobre a inflação.

Fonte: AGÊNCIA EBC

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