Raphinha reafirma fala sobre porrada’: ‘Brigo pelos meus’
Trecho da entrevista exclusiva com Raphinha publicada na PLACAR de maio, edição 1523, já disponível em nossa loja
“Porrada neles! Sem dúvida. No campo e fora de campo se tiver que ser!”. A declaração de Raphinha, induzido pela pergunta de Romário em entrevista ao canal do ex-atacante, surpreendeu por ter vindo de alguém geralmente discreto – e inegavelmente incendiou o ambiente para o clássico em Buenos Aires em 25 de março.
O camisa 11 pouco fez com a bola e apanhou bastante. Logo após a acachapante derrota do Brasil por 4 a 1 diante dos campeões mundiais, os argentinos repreenderam publicamente o brasileiro que, no entanto, não se arrepende de nada. Em entrevista à PLACAR de maio, Raphinha se manteve firme em relação ao episódio.
“Não me arrependo. Não sou uma pessoa que volta atrás nas coisas que falo. Podem ter acontecido más interpretações, obviamente foram palavras fortes. De repente me arrependo da maneira que falei, mas sou assim, brigo e luto pelos meus. Sou muito competitivo e quero sempre ganhar, independentemente do que tiver de fazer para isso”, disse.
O jogador rejeitou transferir a culpa a Romário e explicou suas intenções. “Estamos passando por um momento complicado na seleção, e senti que alguém tinha que chamar a responsabilidade, tentei tirar o foco dos meninos mais novos e trazer o torcedor para perto. Mas não fiz nada de mal e não me arrependo. A mensagem é que se tiver que bater ou apanhar em campo pelos meus eu vou fazer, sempre de cabeça erguida, e buscando o melhor para o time. Desde pequeno eu sempre botei a cara pelos meus.”
Defendido publicamente pelo técnico Lionel Scaloni, ele colocou panos quentes dias depois ao trocar sua camisa com Rodrigo De Paul, do Atlético de Madrid, e diz não guardar ressentimentos. “Respeito todos os colegas e tenho grandes amigos argentinos. Tenho uma camisa do Messi pendurada na minha casa, ele é uma referência mundial e particularmente para mim. O que falei sobre porrada era dentro de campo, e faremos o mesmo nos próximos, vou brigar pelos meus sempre.”
“Antes mesmo do jogo conversei com vários deles, o Scoloni, De Paul e Tagliafico. Tentei explicar que a tradução foi mal interpretada, que nas redes sociais a coisa parece muito pior do que foi. Mas ao mesmo tempo, deixei bem claro que o que eu fali estava falado, que não voltaria atrás. E que se eles tivessem que fazer algo sobre isso, que poderiam fazer”, prosseguiu.
Una cosa es lo que pasa dentro del campo y la otra el respeto fuera.
Se habló mucho del Brasil – Argentina, la batalla y los piques, pero esto de anoche de Raphinha y De Paul es ejemplar. pic.twitter.com/R9XO9SREbf
— Pedro Fullana (@PedroFullanaSER) April 3, 2025
O episódio lhe deixou marcas profundas – literalmente. Raphinha passou semanas com a mão direita enfaixada e cumprimentando as pessoas com a esquerda. Sem entrar em detalhes, disse que se lesionou na Argentina. PLACAR apurou que a fissura foi causada por um soco de frustração em uma parede do Monumental de Núñez.
Raphinha, capa da edição de maio de 2025 – Alexandre Battibugli/PLACAR
