Vítimas de animais peçonhentos reclamam a falta de antídoto no RJ

O número de acidentes com aranhas, cobras e escorpiões neste ano, no estado do Rio de Janeiro, despertou o alerta das autoridades de saúde, para que a população redobre os cuidados e para a implementação de ações de combate a esses animais peçonhentos.
De 1º de janeiro até o início de abril foram registrados 1.074 casos, 104 deles envolvendo cobras no distrito de Secretário, em Petrópolis, cidade da região serrana do estado.
Assustadas, as vítimas procuraram atendimento em unidades de saúde pública que, para surpresa, não tinham antídotos contra o veneno das cobras. A medicação teve que ser levada, de outros locais para o atendimento.
Na avaliação do biólogo Cláudio Maurício Vieira, do Instituto Vital Brazil, vinculado à secretaria de estado de Saúde, muitos casos com cobras, aranhas e escorpiões acontecem porque eles passaram a viver na periferia ou dentro da casa das pessoas, onde encontram microambientes que levam à sua proliferação…
A gente está o tempo todo falando com a população, tentando fazer com que os moradores passem a adotar comportamentos de menos riscos, se expondo menos a esses acidentes. A gente tem também o diálogo com outras secretarias municipais para que a gente promova ações de correção ambiental. A principal delas é a preservar a saúde das pessoas e para isso a secretaria de estado de saúde ela está monitorando os acidentes no território para fazer a implantação de polos de atendimento de peçonhento, onde a gente tem o soro disponível para tratamento desses casos de envenenamento.
No município de Guapimirim, no pé da serra de Teresópolis, moradores também relatam maior presença de cobras e a falta de soro antiofídico, como fala a jornalista Estefânia Castro.
Constatei que nos últimos 12 meses aumentou muito o número de cobras no meu quintal. Além de cuidar da minha integridade física, eu fico atenta para que os meus cachorros não sejam picados. Felizmente para os animais tem o soro contra picada de cobra na veterinária. Mas infelizmente para nós, seres humanos, falta soro no hospital.
No início deste mês, o governador Cláudio Castro sancionou uma lei que obriga a disponibilização do soro antiofídico e demais imunobiológicos em todas as unidades de saúde do estado. Mas, a lei ainda não está em vigor porque precisa ser regulamentada. Enquanto isso, os antídotos para o veneno de animais peçonhentos só são encontrados em unidades específicas.